Em 2019, a Mesa Redonda de Negócios, uma organização sem fins lucrativos com os CEOs das principais corporações americanas, divulgou a declaração intitulada “Declaração sobre o Objetivo de uma Corporação”. Tem menos de uma página. A declaração não é um mandamento – mas um reflexo do que pelo menos os 181 signatários pareciam achar ser um princípio orientador para o futuro. Qual foi a novidade? As corporações deslocaram o debate de um foco puramente centrado nos acionistas (lucros) para um foco centrado nas partes interessadas. Ou seja, menos shareholders e mais stakeholders.
Sim, é uma fissura na famosa tese de Milton Friedman de que o único propósito de uma empresa é gerar lucro. Corporações finalmente percebem que o foco apenas no ganho financeiro não é sustentável a longo prazo. Tampouco o debate é binário, escolhendo-se entre rentabilidade e responsabilidade social, ambiental e de governança – simplesmente, porque as vias são convergentes.
De 2019 para hoje, o futuro chegou rápido. A pandemia e a guerra na Ucrânia aceleraram o curso dos acontecimentos que colocam preocupações com os stakeholders no núcleo do cálculo dos negócios. E quem são essas partes interessadas mencionadas na “Declaração sobre o Objetivo de uma Corporação”? Clientes, funcionários, fornecedores, comunidades e acionistas. Vamos falar dos fornecedores.